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A proposta de limitar o uso do Bilhete Único apenas para quem é isento do imposto de renda, feita esta semana pelo governador em exercício Francisco Dornelles, preocupa os cariocas, como mostrou o RJTV desta sexta-feira (10).

Quem pega mais de uma condução por dia não gostou: são cerca de 5 milhões e 300 mil pessoas cadastradas no Bilhete Único Intermunicipal. "É ruim para o trabalhador", resumiu a passageira Ana Cristina.

O sistema permite que passageiros de 20 cidades peguem até dois meios de transportes num intervalo de 3 horas a R$ 6,50. Sem ele, alguém que saísse de Niterói num ônibus intermunicipal e pegasse um outro coletivo no Rio gastaria R$ 11,20. Para quem trabalha de segunda a sexta, o gasto com bilhete único é de R$ 260. Sem, de R$ 448.

A diferença é paga pelo Governo do Estado. A Secretaria de Fazenda afirma que, no ano passado, foram gastos R$ 602 milhões com o benefício. Por causa da crise, Dornelles quer economizar esse valor. A Fecomércio se posicionou contra a ideia.

Proposta do Governo
Em meio aos esforços do governo para enxugar os gastos públicos, a ideia é restringir o subsídio. Se depender da vontade do governador em exercício, só os mais pobres teriam direito ao benefício, ou seja, a parcela dos usuários que está isenta do imposto de renda. Atualmente, é considerado isento quem tem renda inferior a R$ 1.903,98.

Quase quatro milhões de pessoas usam o bilhete único em 20 municípios da Região Metropolitana. Graças ao benefício, eles deixaram de pagar mais de R$ 2 bilhões em passagens. Segundo a secretaria de Fazenda, são gastos R$ 13 mihlões com o bilhete único.

O governo não sabe ainda quantas pessoas estariam impedidas de usar o benefício se essa proposta for aceita. A ideia está em discussão e ainda precisa ser aprovada pela Assembléia Legislativa.